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Da incompreensão da gestão empresarial chinesa

Estudamos muito a China nos aspectos macro, mas pouco se aprende da gestão empresarial chinesa

Para todo lado que você olhe, tem produtos chineses. Automóveis, eletrodomésticos, ar-condicionado, computadores, telefones e até já os tradicionais produtos de Natal. Há alguns anos, só tinha feira do Paraguai, não tinha automóvel chinês, nem TV e nem celular. Hoje, com 70 bilhões de dólares de investimento direto no Brasil, e com mais de 80 mil empregos diretos e 200 mil indiretos (a França tem 500 mil empregos no país), não tem nada que você usa que não tem China no meio.

Nas várias análises do sucesso chinês, lembro de quando a Fiemg teve na década de 90 escritório em Beijing, aprendemos que cada chinês, por mais humilde que seja, carrega com ele valores de história de 6 mil anos. Esse aprendizado, incorporado ao comportamento de executivos chineses, leva a uma flexibilização das ações táticas, dentro de uma visão estratégica. Eles se adaptam aos novos desafios, não têm medo de errar, e são ousados nas ações. Respeitam lideranças, diria até a idade, e constroem em equipes o sucesso da empresa. Mesmo que através de exemplos de funcionários pouco produtivos mostrem publicamente insatisfação com resultados, têm métodos de participação nos resultados que muitas empresas brasileiras nem sonham em ter.

Os modelos de negócios que aplicam são, mesmo com traços de managment norte-americano, diferentes e são a razão principal de sucesso das empresas chinesas no mundo. Para começar, as empresas chinesas são grandes na China, bem-sucedidas lá, com centros de inovação e competição ferozes. Creio que não há país no mundo com tão alto grau de competição entre as pessoas e na sociedade como um todo como na China. E, claro, têm políticas econômicas que estimulam inovação e competitividade.

É simplório acusar chineses de que vivem de mão de obra barata, explorada e de subsídios. O chinês é muito trabalhador, muito dedicado ao trabalho e tem uma cultura mercantil incorporada a seu DNA. A isso, juntando a educação, que também é competitiva, você tem um funcionário diferente do ocidental. Mais produtivo e mais educado em todos os níveis. Também tem paciência para negociar e paciência e agilidade para executar.

Modelos de negócios diferem de produto, mercado e condições do país. Mas a adaptabilidade a essas condições faz parte desse modelo. Tem rigidez no substancial, que é obter resultado, para nos entendermos de vez, lucro, mas ousadia e agilidade para se adaptar. E como se diz no popular, não largam o osso.

No Brasil estudamos muito a China nos aspectos macro. Até mandarim. Mas pouco se estuda e discute e também se aprende da gestão empresarial chinesa. Temos sonhos de estudar nos EUA, ao invés de estudar na China. Missões empresariais e de políticos vão lá, voltam boquiabertos por falta de um base de estudos mais profundos . E claro perdem nos negócios porque eles estão mais bem preparados.