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Aluguel é um dos vilões da inflação
Além do aluguel, o setor de serviços foi um dos que mais pesaram no bolso do consumidor em 2009.
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A inflação dos últimos sete dias de 2009 registrou aumento de 0,24% contra a semana anterior. Mesmo com a alta, o resultado do acumulado do ano ficou em 3,95%, menor valor desde 2006, quando a taxa chegou a 2,06%. Os dados compõem o Índice de Preços ao Consumidor — Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV), levantamento que destaca a desaceleração econômica causada pela crise como determinante para uma variação menor de preços em relação a anos anteriores. Açúcar (+59,5%), batata (+46,6%) e aluguel (+6,86%) figuram entre os maiores vilões do ano que passou.
De todos os segmentos que formam o índice, os preços de alimentação foram os que cresceram menos em 2009 e alguns itens chegaram a apresentar variações negativas, como tomate (-21,37%), feijão carioquinha (-31,76%) e leite tipo longa vida (-6,10%). “Em 2007 e 2008, os alimentos foram os vilões e, agora, ajudaram a conter o índice de inflação como um todo. Esses itens são mais sensíveis ao consumidor. Se houvesse uma deflação forte em preços de automóveis, não seria tão sentido pelo consumidor porque ele troca de carro com baixa frequência. Já os gastos com alimentos são do cotidiano”, explicou o coordenador do IPC-S, Paulo Pichetti.
Em contraponto aos preços de alimentos, o aluguel registrou alta de 6,86% no ano, mesmo com a taxa mais usada para reajustar os contratos, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), marcando desempenho negativo de 1,72% no acumulado do ano que passou. “Esse IGP significa que somente ao longo de 2010 sentiremos reajustes menores”, avaliou Pichetti.
Além do aluguel, o setor de serviços foi um dos que mais pesaram no bolso do consumidor em 2009. Os destaques foram os custos que ficaram acima da inflação, como empregados domésticos (9,11%), serviços e reparos em automóveis (8,51%) e barbearia (7,09%). “Esses foram itens que sofreram elevações bem acima da inflação. Em parte porque o mercado doméstico não foi afetado pela crise. Em outra parte, houve uma continuação de políticas de aumento do salário mínimo, com ganhos reais sistemáticos. Isso significa, na prática, que o salário mínimo é como um balizador para uma série de profissões”, analisou o coordenador do IPC-S.
Crédito menor para as famílias
A oferta de crédito para famílias deve diminuir até o fim do primeiro semestre do ano, o contrário do que ocorreu durante 2009, quando o acesso a esses recursos foi facilitado e ampliado para incentivar a retomada da economia. Já o crédito a pessoas jurídicas tende a seguir trajetória oposta. Em ritmo de melhora, atingirá os patamares pré-crise na mesma época em que a oferta for menor para pessoas físicas. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito.
Segundo o gerente de indicadores de mercado da consultoria, Luiz Rabi, o movimento de desaceleração é natural. “Embora o indicador de perspectiva de crédito para os consumidores esteja caindo, continua acima do normal. Vai abrir o ano aquecido, mas a tendência é que haja um recuo na concessão”, afirmou Rabi. “Isso é até saudável. No ritmo em que estavam as liberações, e com o consumo crescendo, o Banco Central teria de antecipar o aperto monetário”, emendou.
O indicador de perspectivas funciona como um termômetro no qual o número 100 é o valor normal. Na divulgação de ontem, referente a novembro, o crédito para os consumidores recuou 1% ao atingir 103,9 pontos. Para as empresas, a pontuação se manteve estável em 99,3 pontos, após seguidas altas desde o fim do primeiro semestre de 2009. (VM)
Ranking
Os maiores aumentos de 2009
Açúcar 59,59%
Batata 46,68%
Cigarro 21,14%
Empregado doméstico 9,11%
Reparos em automóveis 8,51%
Barbearia 7,09%
Aluguel 6,86%
Tarifa de energia 5,44%
De todos os segmentos que formam o índice, os preços de alimentação foram os que cresceram menos em 2009 e alguns itens chegaram a apresentar variações negativas, como tomate (-21,37%), feijão carioquinha (-31,76%) e leite tipo longa vida (-6,10%). “Em 2007 e 2008, os alimentos foram os vilões e, agora, ajudaram a conter o índice de inflação como um todo. Esses itens são mais sensíveis ao consumidor. Se houvesse uma deflação forte em preços de automóveis, não seria tão sentido pelo consumidor porque ele troca de carro com baixa frequência. Já os gastos com alimentos são do cotidiano”, explicou o coordenador do IPC-S, Paulo Pichetti.
Em contraponto aos preços de alimentos, o aluguel registrou alta de 6,86% no ano, mesmo com a taxa mais usada para reajustar os contratos, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), marcando desempenho negativo de 1,72% no acumulado do ano que passou. “Esse IGP significa que somente ao longo de 2010 sentiremos reajustes menores”, avaliou Pichetti.
Além do aluguel, o setor de serviços foi um dos que mais pesaram no bolso do consumidor em 2009. Os destaques foram os custos que ficaram acima da inflação, como empregados domésticos (9,11%), serviços e reparos em automóveis (8,51%) e barbearia (7,09%). “Esses foram itens que sofreram elevações bem acima da inflação. Em parte porque o mercado doméstico não foi afetado pela crise. Em outra parte, houve uma continuação de políticas de aumento do salário mínimo, com ganhos reais sistemáticos. Isso significa, na prática, que o salário mínimo é como um balizador para uma série de profissões”, analisou o coordenador do IPC-S.
Crédito menor para as famílias
A oferta de crédito para famílias deve diminuir até o fim do primeiro semestre do ano, o contrário do que ocorreu durante 2009, quando o acesso a esses recursos foi facilitado e ampliado para incentivar a retomada da economia. Já o crédito a pessoas jurídicas tende a seguir trajetória oposta. Em ritmo de melhora, atingirá os patamares pré-crise na mesma época em que a oferta for menor para pessoas físicas. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito.
Segundo o gerente de indicadores de mercado da consultoria, Luiz Rabi, o movimento de desaceleração é natural. “Embora o indicador de perspectiva de crédito para os consumidores esteja caindo, continua acima do normal. Vai abrir o ano aquecido, mas a tendência é que haja um recuo na concessão”, afirmou Rabi. “Isso é até saudável. No ritmo em que estavam as liberações, e com o consumo crescendo, o Banco Central teria de antecipar o aperto monetário”, emendou.
O indicador de perspectivas funciona como um termômetro no qual o número 100 é o valor normal. Na divulgação de ontem, referente a novembro, o crédito para os consumidores recuou 1% ao atingir 103,9 pontos. Para as empresas, a pontuação se manteve estável em 99,3 pontos, após seguidas altas desde o fim do primeiro semestre de 2009. (VM)
Ranking
Os maiores aumentos de 2009
Açúcar 59,59%
Batata 46,68%
Cigarro 21,14%
Empregado doméstico 9,11%
Reparos em automóveis 8,51%
Barbearia 7,09%
Aluguel 6,86%
Tarifa de energia 5,44%