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Dólar cai e volta ao patamar de 2 de outubro de 2008
Após alta no começo do dia, moeda norte-americana fecha em queda de 0,35%, cotada a R$ 2,0180 para venda
"O que a gente tem notado é que existe uma pressão baixista em cima do dólar por conta do grande fluxo de estrangeiros", disse Carlos Costa, consultor de gerenciamento de risco da FCStone Consultoria.
Durante a manhã, dados divulgados pelo Banco Central mostraram que o Brasil acumula em maio entrada líquida de recursos externos de US$ 3,086 bilhões. O ingresso leva em conta dados até o dia 22 mas, caso maio já estivesse fechado, seria a maior entrada mensal desde abril de 2008, quando o saldo positivo ficou em US$ 6,723 bilhões.
Mais cedo, o dólar chegou a subir, refletindo um movimento global de valorização da moeda norte-americana, segundo José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora. Além disso, o lançamento de mísseis pela Coreia do Norte criou a sensação de instabilidade geopolítica no horizonte. À tarde, entretanto, com a melhora no cenário externo, o dólar reduziu a alta em nível mundial.
No front acionário, as bolsas de valores de Nova York operavam em alta no fim da tarde, na esteira da divulgação do índice de confiança do consumidor norte-americano, que registrou sua maior alta desde abril de 2003. No Brasil, o principal índice da Bovespa seguia o bom humor externo e avançava cerca de 1,7%.
Nesta terça-feira, o Banco Central fez mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista, comprando cerca de US$ 151 milhões, segundo estimativas do mercado. A autoridade monetária tem feito esse tipo de operação em todas as sessões desde o último dia 8.
Na roda de pronto da BM&F, os últimos dados mostravam que o volume negociado girava em torno de US$ 4,4 bilhões. De acordo com operadores, o giro interbancário era de US$ 4,74 bilhões. Na véspera, esse valor foi de apenas US$ 499 milhões, devido a feriado nos EUA.
Compras do BC
O Banco Central anunciou nesta terça que vai passar a divulgar semanalmente os dados relativos às intervenções no mercado de câmbio. Desde 8 de maio, com o aumento do fluxo de dólares para o Brasil, a autoridade monetária tem comprado dólares diariamente no mercado à vista. Segundo o BC, até o dia 22, foram comprados US$ 2,408 bilhões em maio. Na média, foram adquiridos US$ 218 milhões em cada um dos 11 dias desse período.
Em nota, a instituição informa que a medida tem como "objetivo de aperfeiçoar o processo de divulgação de dados e aumentar a transparência das informações disponíveis sobre as operações no mercado interbancário de câmbio".